terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Disparada do Pontal com a Salgema - Por Pancho, morador do Pontal


Doutor eu imploro

Livre a gente da morte pelo cloro!


Dizem que vão

desapropriar

o Pontal da Barra

Olha aí seu Doutor

Eu só saio na marra!


Doutor eu imploro

Livre gente da morte pelo cloro!


Pesco sauna

Pesco cavala

Pesco mandim

Se o Pontal se acabar

Meu Deus do Céu, que será de mim!


Doutor eu imploro

Livre a gente da morte pelo cloro!


Eu tenho canoa

tenho tarrafa

e tenho gereré

Que que posso fazê

Pra dá de comê

os meus filhos e minha muié


Doutor eu imploro

Livre a gente da morte pelo cloro!


É criança repleta de caroço

Alvoroço com tanto vazamento

Pescador vai pescar não agüenta

Deixa de pescar porque se sente mal

Pede apelo ao governo federal

Salve o povo humilde do Pontal!


Doutor eu imploro

Livre a gente da morte pelo

CLORO!




“Daqui Só Saio Pó”

Conflitos Urbanos e Mobilização Popular

- A Salgema e o Pontal da Barra –

1997

Página 09

Autora: Maria do Carmo Vieira


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Estória do Gato e da Lua - Pedro Serrazina, 1995.



"No princípio era o negro absoluto, a imensidão calma da noite. Depois ela surgiu e tudo mudou. Há muito que deixei de a procurar, agora tudo é mais calmo. Aprendi que o melhor é esperar. Ela virá quando puder... ou quiser. Sei que um dia virá ter comigo, senão porque passaria horas a fio, noites inteiras a observar-me? Nada mais importa. Eu espero.''

Outono

- Pegue mais um pouco de café.

Ela o olhava, fixamente. Aquele olhar firme, seguro e experiente que ele tanto conhecia ainda representava um frio na barriga, seguido de pensamentos conturbados e irracionais.

- N-não, obri-brigado.

A voz tremula revelava que depois de tanto outonos, aquele sorriso no canto da boca ainda significava a morte do mundo físico.

E como um filme desbotado, aquela cena invadiu sua mente.


:Era outono, as folhas caiam lentamente e o clima estava agradável.

O sol deixava espaço para a lua, quase como uma cortesia. E a Lua, com calma, aparecia. Iluminando e realçando aquele vestido.

O carro aberto deixando o Jazz invadir aquela praça deserta.

Eu a olhava, encostado no carro, aquela linda expressão facial.

Seu corpo, quase como folha, deslizado pelo espaço. O vento era seu único parceiro na dança. Eu só contemplava.

Na praça, a iluminação baixa daquele poste deixava tudo mais vivo. Os passos, os giros, o cabelo cacheado solto, o sorriso, o sapato vermelho e o vestido com um tom claro.


O outono, outra vez, tinha chegado... Em um mundo paralelo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O amor segundo Fernanda Young

Granito de Arena

O Pequeno Grão de Areia é um documentário que mostra a luta dos professores (entre eles pais e alunos) em defesa da escola pública que foi ameaçada de ser privatizada no México.
Ocorreu greves, brigas, mortes, gás lacrimogêno, mesmo com crianças e idosos participando e defendendo o que acreditavam.







'' Quando o professor luta, ele também está ensinando''
Fragmento extraído do filme Granito de Arena


P.S.: Eu tenho o filme, se alguém tiver afim é só pedir.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Peanuts

Às vezes,

me sinto um tanto Charlie Brown.

Por Sebastião Salgado

Frio no ar, neblina.

De manhã, as coisas parecem serem mais engraçadas. Não sei se é porque ainda estamos pós-sonho. Mas é. De manhã tudo fica mais engraçado. Até o mau humor é engraçado. Que maneira estranha de ficar sem humor... Do nada. Como se ele estivesse sumido, um tanto. Uma lenda. Pois bem, bom dia sol. Aquele café amargo. O espelho. Os pensamentos. Ficou tudo tão assim, engraçado.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Monóxido de carbono


A quantidade de monóxido de carbono que você deixará de emitir se não dirigir por um dia.