quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dias incansáveis

João carregou aquela mala pesada por todos aqueles longos dias que ele se encontrou perdido, ou achado. Foram dias incansáveis, corridos, de luta e amor. Mal sabia o futuro que lhe espera na espreita. Na mala levava algumas roupas, material para artesanato, livros, fotos, saudades e coragem. Quando ele fechava os olhos fica tão claro o seu horizonte que isso o instigava para entender o mistério de começar a vida outra vez. Do zero. Sem tantas pressões dessa sociedade louca. Sempre com aquela música tocando em seus ouvidos:

- Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz. Coragem, coragem, eu sei que você pode mais

terça-feira, 26 de outubro de 2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Acabou

Seria um absurdo, uma total falta de controle!

Que nem uma droga. E quando você menos espera, você não sabe o que aconteceu na noite anterior, ou você simplesmente não entende.

Tudo foi tão rápido que até parece que inconscientemente você queria ser considerada a pior pessoa do mundo, sem coração, sem emoção, só para deixar a outra pessoa seguir a vida dela.

Terminar um relacionamento não é fácil. É outra vida, outra vida que antes fazia parte da sua. Uma vida que existia planos e alguém sempre disposto a te abraçar nos momentos mais difíceis ou a rir com você nos momentos mais besta (esses momentos que pareciam inacabáveis) como ficar rindo e cantando declarações em um ônibus lotado com todo mundo olhando para vocês ou até mesmo ficar deitada se tremendo toda e fazendo careta só para a outra pessoa soltar as risadas mais bobas e incontroláveis.

- Adoro essa sua cara de sono e o timbre da sua voz, que fica me dizendo coisas tão malucas e que quase me mata de rir quando tenta me convencer que eu só fiquei aqui porque nós dois somos iguais

[Aquele ônibus lotado, naquele momento, era o lugar exato onde eu deveria ficar]

Talvez você sinta raiva, ódio, vergonha, entre outras tantas coisas que vão fazer você esquecer todos os momentos que já passamos, desde o ponto, cinema, quando eu conheci a sua mãe e fiquei me tremendo toda, até na última vez que nos encontramos e eu praticamente pulei em cima de você morrendo de saudades. São esses momentos que você nunca deveria esquecer. Os outros momentos... Bem, quem errou foi eu. Levarei dentro de mim para o resto da minha vida. E você... Esqueça. Esqueça por você, por mim, por nós. Pelo “nós” que já fomos um dia.

E só desse jeito, você se tornou uma pessoa livre, não que você não fosse, mas que agora, você pode começar outra vez. É estranho, depois de tanto tempo fazendo quase tudo com outra pessoa se ver fazendo coisas sozinhas ou com outras companhias, mas eu te garanto que você vai gostar dessa experiência. Você merece isso, tem que viver, lembra? Sair, curtir por aí, conhecer pessoas novas e blábláblá. E algum dia ainda espero te ver e fala que ainda tenho um desejo guardado. Algum dia bem distante, para assim você aproveitar e eu amadurecer. Caso esse dia não chegue... apenas não me esqueça.

Por mais que pareça banal Eu sei que vou te amar por toda a minha vida

e.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

É meu caro,


Realmente Dorian Gray estava certo, ter prazer não significa ter felicidade.










"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!" . O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

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♫ - Já faz um tempo Que eu queria te escrever um som Passado o passado, Acho que eu mesma esqueci o tom, Mas sinto que Eu te devo sempre alguma explicação. Parece inaceitável a minha decisão. Eu sei. Da primeira vez, Quem sugeriu, Eu sei, eu sei, fui eu.

Da segunda Quem fingiu que não estava ali, Também fui eu. Mas em toda a história, É nossa obrigação saber seguir em frente, Seja lá qual direção. Eu sei.

E te peço, Me perdoa, Me desculpa que eu não fui sua namorada, Pois fiquei atordoada, Faltou o ar, Faltou o ar. ♫

domingo, 3 de outubro de 2010

Realidade

"Collor vai ganhar uma passagem para sair desse lugar, não é de carro e nem de avião, é algemada no caburão. Êta Collor ladrão!" (8'

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pergunta


"Por que é que, culturalmente, nós nos sentimos mais confortáveis vendo dois homens segurando armas do que dando as mãos?"

Sonho:

Uma casa na praia.

Ela seria pequena, quentinha e aconchegante, teria cheiro de algumas ervas ou de café sendo preparado. No fundo poderia ter algum jazz, bossa nova ou um soul. Ela teria uma rede.

Um sofá confortável, discos, bons livros e uma boa companhia.

Bad.

Aquela sensação de garganta seca, olhar distante e ombros pesados eu já a conhecia muito bem. O que acaba causando uma incrível indignação. Como eu permitir me ver outra vez desse jeito? Eu sabia tudo o que tinha que fazer, cada detalhe, cada movimento e mais uma vez tudo se perdeu. Mais uma vez, estava perdida, dentro de mim mesma.

Não suporto essa idéia, estou farta e isso aos poucos me causa infartos.

- Que bad. Foi o que eu pensei ao longo daqueles minutos que pareciam se arrastar lentamente olhando para aquele pedaço de papel.

E mais uma vez, me vi jogando para o alto tudo que eu sempre procurei. Perdida naquele universo, perdida na universidade.

Será que só eu que estou tendo essas crises? Trabalhar, participar do Centro Acadêmico, ter vida amorosa e social não deveria ser desculpas. Minha mãe já repetiu incansáveis vezes o quanto ela não tinha tempo para estudar e ficava estudando no ponto de ônibus, na fila do banco, andando pelas ruas... E eu? Só sinto vontade de dormir o dia todo. Me deixo ser levada pelo cansaço da rotina de todo o dia.

O café amargo desce rasgando. Mais uma vez, que bad.

Após a prova fui andando lentamente para o ponto de ônibus. Estava pouco ligando em saber que já era noite no mercado da cidade, um dos lugares mais violentos e perigosos da região. Às vezes matam ou assaltam um aqui, outro ali, e eu tranquilamente andando, arrasada por um pedaço de papel. Um homem mal vestido passou pelo meu lado falando – Eaê, galega.

Olhei para ele com um sorriso que quase não saia e falei: Opa.

Em seguida andei mais um pouco, percebi que tinha uma senhora e sua sombra andando, mas o detalhe maior era que a sombra era feito de carne e osso, tinha veias e um coração pulsando, para a sociedade, ele era conhecido como “louco”. E a senhora andando tranquilamente. Ele não parecia fazer nenhuma maldade com ela, só a estava seguindo e copiando seus movimentos. Por um momento eu o invejei, com toda aquela loucura, ele sabia para onde estava indo.

Toda minha bad pode parecer um tanto banal, mas queria eu que fosse só isso. São tantas coisas, tantos pensamentos internos que agregam dentro de mim provocando furacões e em seguida, eles caem, se transformando em labirintos, labirintos esses que cada vez mais se torna difícil achar uma saída.

São coisas simples, mas que me deixaram paralisada... Vendo o tempo passar.

Já vivi tantas coisas, será que estou ficando cansada? Uma vida de prazer não significa uma vida de felicidade.

Enfim, termino essa postagem –desabafo-pós-bad ao som de Pois É de Los Hermanos.

sábado, 25 de setembro de 2010

Um momento

Se por um momento, um único momento, tudo parasse eu iria querer guardar cada detalhe seu dentro de mim. O tom do seu cabelo sobre sua pela, o seu olhar meigo e cheio de vida, os seus lábios avermelhados entre abertos com um leve sorriso estampado no rosto, rosto esse um dos mais lindos que já vi. Seus olhos tão azuis quanto o meu origami nas minhas costas que por coincidência ou não ficaram para sempre em mim.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Atropelar

Talvez vivendo um dia por vez eu acabe com esse tormento.

Tormento de atropelar tudo. Ou de ter tudo atropelado.

21/08/2010


Para sempre.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Apenas o Fim por Matheus Souza


Totalmente feito por estudantes da PUC-Rio, o filme Apenas o Fim ganhou prêmios de Melhor Filme do Júri Popular e Menção Honrosa do Júri Oficial no Festival do Rio 2008 e o Prêmio de Melhor Filme do Júri Popular na 32ª Mostra de São Paulo. Também foi exibido em Festivais de Cinema no mundo inteiro: França, Holanda, Eslovênia e Estados Unidos.
O filme conta a história de Antônio, interpretado por Gregório Duvivier, e sua namorada, interpretada por Erika Mader, que discutem sua relação antes de se separar.

Muito bom, doce e leve. Apesar de.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bahia


Com o tempo a sensibilidade para escrever vai atrofiando e sei lá... É difícil externar os sentimentos.
Foram tantas crises, tantos amores, tantos momentos que não foram comentados, que estou assim com uma explosão dentro de mim.
Dos meus últimos sentimentos o mais recente veio da Bahia. Estive por lá e não sei se mentalmente já voltei. É difícil de se acostumar.

Segurava minha mão. A tarde estava se despedindo e a lua chegando, em baixo de um Flamboyant a vida parecia fazer mais sentido. Aquela música no fundo que lembrava que todos eram irmãos em uma terra sem rei. A única coisa que importava era amar... Era a revolução que não sei se todos perceberam, mas que já havia se instalado em nossas moradas, em nossas mentes. E essa sim, era a revolução inicial.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Naquela tarde

Me aproximei da cadeira, com passos firmes. Olhei em volta rapidamente, nenhuma alma viva, só os camaradas que hoje só se fazem presentes como antes. As arvores dançavam sendo conduzidas pelo vento leve que soprava ao som de Slippin do Quadron, que por sinal é uma boa música. O céu estava bonito. Era uma tarde agradável.

Sentei na cadeira. Fechei os olhos por um minuto, ajeitando os ósculos. Que sono eu estava sentido. Realmente aquele clima agradável era irresistível. Peguei um livro antigo e comecei a ler, nele uma tal de Thayse contava um romance. Banal, pensei.

Fui folheando até chegar à seguinte parte:


Eram dias lindos. Dias calmos, tranqüilos, com cheiro de amor quentinho. Não me incomodava saber que existe coisas sólidas, mas não tão sólidas. Nada na vida é solido. É tão bom pensar que isso é uma mentira ou uma verdade mal contata, ou talvez um trocadilho enrolado. Enrolado e ondulado como seus cabelos. Seus cabelos encantadores. Tão encantadores que já me peguei diversas vezes, em diversos cantos, pensando no meu Deus, que percebeu e achou que a solidão não seria mais a minha casa.

Minha casa, só por hoje, será seu sorriso.

Quero me perder nele, muitas vezes. Vezes incansáveis... Até eu perceber que de tão perdida eu me achei.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Por mim,

o Brasil só ganhava por causa da promoção da Tim. Enfim, existe pessoas que só lembram que são brasileiras em certas épocas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para além...

Temos que lutar pelas nossas causas e também pelas causas que não são nossas. Temos que entrar nas massas, conhecer sua realidade e saber suas necessidades, para então defende-las, com unhas e dentes, se essa for coerente e para o bem coletivo.

Temos que fazer nossa opção.

Somos trabalhadores da terra. Plantamos sementes. Sementes que libertam e enraízam em terras secas. Para além...

Moção de Repúdio

Nós, enquanto estudantes de Biologia e militantes do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL, vimos por meio dessa carta destacar nosso repúdio ao que está preste a acontecer com a restinga do nosso estado de Alagoas.

Como futuro biólogos e nos enxergando como protagonistas ativos necessários nessa sociedade tomamos como obrigação nos colocarmos claramente contra o que se está pretendendo fazer com essa Área de Preservação Permanente. O nome deveria ser auto-explicativo e subsidiar qualquer tipo de pretensão em cima dessa área, contudo, passa-se por cima mais uma vez do que é racional para o que é economicamente favorável para aquele que defendem esse megaempreendimento. Deve-se aqui ressaltar a importância do bioma restinga pontuando esferas em que ela é imprescindível.

Ecologicamente é um ecossistema único com espécies exclusivas tal qual (?) e que irão desaparecer gradualmente com a destruição de seu habitat. Há, portanto, um reflexo direto na perda da riqueza natural do estado, algo que destaca Alagoas mundialmente. Ou seja, a destruição de um dos bens mais preciosos inclusive com grande contribuição na economia do estado, a natureza, é um tiro no pé da população alagoana. Vale-se destacar que é um tipo de mata extremamente delicada e qualquer forma de manejo que não vise à preservação mas que vise lucros megaempreendedores fada esse ambiente aum fim terrível.

No âmbito das comunidades alagoanas que moram ao redor da restinga e têm acesso a mata, necessita-se, sim, de uma educação ambiental intensa, contudo, esta população tem interesse na manutenção daquele ambiente. Portanto, tais pessoas não irão extrair daquele ambiente até a última gota, como fazem os grandes interessados no lucro megaempreendedor mas sim tirar dela harmonicamente o que necessitam para viver.

Esclarecendo aqui que as App foram criadas para proteger o ambiente natural, o que significa que não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo também benefícios para a fauna.


Ao se tratar da legislação que deveria proteger nosso meio ambiente, o código florestal, as restingas tinham sua segurança garantida nele, antes de reformas postas. Isso era devido a um item no artigo 2 que garantia sua preservação e dizia que as áreas de preservação permanente incluíam as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangues. Destacando que está em andamento outra mudança nesse código que diminui a percentagem obrigatória de manutenção florestal das APP e que cada estado terá de fazer sua lei de acordo com a determinação da lei nacional, que vai dar as direções e medidas e poderão redefinir as áreas de reserva legal em razão de suas peculiaridades regionais. Ou seja, de fato depois de mais uma manobra desresponsabilizando o governo federal, tais votos de minerva ficam nas mãos dos responsáveis aqui do estado.

Diante deste quadro estamos aqui para reivindicar a manutenção do que restou da restinga original de Alagoas não aceitando mais um absurdo megaeempreiteiro que pretende passar por cima, mais uma vez, da natureza em prol de interesses que nos parecem irracionais!

Parece que o dinheiro deixa alguns cegos, surdos e mudos. MAS NÃO DEIXA A GENTE, POR ISSO GRITAMOS, NÃO!

E PERGUNTAMOS, PARA QUE E PARA QUEM DERRUBAR A RESTINGA?

No dia que as árvores acabarem perguntaremos aos investidores se eles irão comer dólares no almoço!!!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O quarto

Entraram no quarto. Luz baixa, decoração fina, ambiente agradável.
Ele, fechou a porta, folgou um pouco o nó da gravata, desligou o celular, sentou na poltrona.
Ela, ligou o som, deixando uma música envolvente no fundo, colocou a bolsa na mesa. Olhou para ele.
Ele olhava com aquele ar de quem estava esperando algo. Aos poucos, ela retribuiu o seu olhar, passando a mão pela sua própria cintura, levantando um pouco o vestido preto e curto que ela usava.
Dançando para ele, de maneira sensual, passava a mão pelo seu cabelo, levantado-o e deixando ele cair.
Ele, político bonito, rico, casado, pai de duas filhas, adorava aquela rotina de dinheiro e mulheres. Seu modo de passar o tempo preferido era contar o dinheiro que roubava do governo.
Ela, stripper, prostituta de classe alta, humana.
A cada movimento que aquela mulher atraente, educada e de má sorte fazia ele acompanhava, com aquele sorriso no canto da boca.
Ela virou, sem perder o ritmo e preparou um copo com whisky com gelo para ele e para ela. Entregou o copo mais cheio para ele, sem desviar o olhar e no dela, colocou um cubo de gelo e o mexeu com o dedo, em seguida elevando a boca. Ele observava cada movimento, bastante satisfeito.
Naquela rotina de encontros escondidos. Ela já não agüentava mais. Levava na cara, era cuspida, aquele homem bonito e educado, por trás, era o diabo a quatro.
Lembrava do dia que tentou fugir, parar de vender seu corpo a aquele homem. Parou no hospital.

Dançando. Ela sorriu pra ele, talvez aquele fosse o sorriso mais feliz que ela já deu para ele ao longo de todos os meses.
Passava a mão nas coxas, descendo e subindo. Contornava os detalhes do seu corpo com os dedos.
Levantou o vestido, ficando só de salto, calcinha e sutiã vermelho.
Ele já tinha bebido o copo inteiro do whisky, a olhava e quando foi se levantar para agarrá-la e provar mais uma vez do seu sexo, não agüentou. Sentou.
Tentou tirar a gravata procurando ar, sua garganta seca não ajudava na sua fala desesperada por socorro. Os seus olhos de um desespero profundo a olhava.
Ela, dançava cada vez mais. Dançava a melhor dança de toda a sua vida.
Naquele instante. O coração. Parou.
O copo vazio, que nem o corpo daquele homem naquele momento, caiu. Quebrou.
Ela foi parando de dançar aos poucos. Vestiu seu vestido. Pegou sua bolsa.
Lembrava do momento que misturou veneno no whisky. Lembrava da expectativa que aquele momento a proporcionou.
Olhou para ele, morto, calado e patético. Por um breve instante o observou. Lembrou de todas as vezes que chorava por ele, ela no fundo, o amava. E foi por esse amor que ela fez o que devia ser feito.
Pensou em explicar para ele o que tinha se passado pela sua cabeça. Ali, de maneira silenciosa.
De repente o quarto estava vazio, ela tinha partido. E naquele quarto ele havia ficado, talvez, para sempre.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

03/04


O que fez sentido ter me reunido com estudantes de biologia de todo nordeste, sábado, no meio do comercio de Fortaleza, às 12hs, gritando, sorrindo e cantando:



"Quem são vocês?

- Sou estudante!
Não escutei!
- Sou estudante!
Mais uma vez!
- Sou estudante!
- Eu sou, sou estudante eu sou, eu quero estudar, mas a reforma quer barra, vamos à luta!”.

sábado, 17 de abril de 2010

(:



Gosto bastante, acho bem criativo e me identifico com o nome do blog :x rs

Talvez, mas só talvez,

Você seria a proteína que falta para o meu organismo funcionar melhor. Veja bem, meu bem, a luz apagou, a festa acabou, mas talvez, só talvez uma vela seria o bastante para iluminar nossos rumos, que um dia foi tão certo e hoje já não se encontra mais. Somos retas paralelas! Somos retas paralelas... E com uma única esperança que me restas, retas paralelas em um infinito... Encontram-se.

Somos trilhos de trem! Nunca juntas, mas sempre... Ao lado.

Talvez, mas só talvez, esse seja o futuro. Um futuro incerto, mas tão certo da sua existência nele. Nossas historias.

Hoje. Já não existe sem um “mas”. Mas não é um “mas” que soma, meu bem. Deveria. Deveria sim. Um dia, dois dias, 7 anos, sempre nos trilhos do trem. Tão distante, mas ...

Mas só talvez.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Na estrada

- Thay, estou pensando em morar no Pontal. Por lá tudo é mais calmo, vai ser melhor pra mim.

- Você vai ter que começar tudo outra vez, tem certeza disso?

- Todos os dias quando eu acordo começo tudo outra vez. Não vai ser tão difícil assim, só depende do modo como eu vou levar isso.


E na janela aquela estrada.

Mercadoria


Não pago e não pagaria,
educação não é mercadoria! (8)

Procurando

Procurei incansavelmente no quarto, na cama, no armário, na cozinha, dentro da bolsa, no banheiro, no quintal, na geladeira, no sofá, na caixa de tampinhas, no jardim, na garagem, na lavanderia, no corredor... Então, cansada e com o pouco de motivação que me restava, tive a brilhante idéia de espalhar cartazes pela cidade.
Em pouco tempo a cidade estava repleta de cartazes que perguntava o seguinte:
“Tempo, cadê você?”

terça-feira, 16 de março de 2010

Relato

Primavera , 1974 - Minas Gerais

Elevei as mãos a cabeça, como alguém gravemente preocupada e me afundei nos meus próprios pensamentos.

Por um momento fui consumida por todas aquelas dúvidas e receios. Afinal, não somos tão mais jovens assim, as tubulações evaporaram nossos sonhos. Rasgaram nossos nervos.

Me deixaram completamente nua de você!

Antes, quem me via por aí, na fila do banco ou na padaria de manhã sabia que existia você em mim e eu em você.

Hoje, meu bem [Pausa para um riso sem graça] Estamos assim. Você distante e eu com o meu café sem gosto, frio e estragado.

[A cada folha que cai no chão, tão certa que um dia ira cair. A árvore nem se comove mais]

Enchi meus pulmões de ar, olhei para você como os mesmos olhos de quando eu te descobri dentro de mim e lembrei que “tens de guardar dia a dia, mesmo doendo, o amor no teu coração”.

E naquela manhã, das cinzas se fez o amor, outra vez.