segunda-feira, 14 de junho de 2010

Moção de Repúdio

Nós, enquanto estudantes de Biologia e militantes do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL, vimos por meio dessa carta destacar nosso repúdio ao que está preste a acontecer com a restinga do nosso estado de Alagoas.

Como futuro biólogos e nos enxergando como protagonistas ativos necessários nessa sociedade tomamos como obrigação nos colocarmos claramente contra o que se está pretendendo fazer com essa Área de Preservação Permanente. O nome deveria ser auto-explicativo e subsidiar qualquer tipo de pretensão em cima dessa área, contudo, passa-se por cima mais uma vez do que é racional para o que é economicamente favorável para aquele que defendem esse megaempreendimento. Deve-se aqui ressaltar a importância do bioma restinga pontuando esferas em que ela é imprescindível.

Ecologicamente é um ecossistema único com espécies exclusivas tal qual (?) e que irão desaparecer gradualmente com a destruição de seu habitat. Há, portanto, um reflexo direto na perda da riqueza natural do estado, algo que destaca Alagoas mundialmente. Ou seja, a destruição de um dos bens mais preciosos inclusive com grande contribuição na economia do estado, a natureza, é um tiro no pé da população alagoana. Vale-se destacar que é um tipo de mata extremamente delicada e qualquer forma de manejo que não vise à preservação mas que vise lucros megaempreendedores fada esse ambiente aum fim terrível.

No âmbito das comunidades alagoanas que moram ao redor da restinga e têm acesso a mata, necessita-se, sim, de uma educação ambiental intensa, contudo, esta população tem interesse na manutenção daquele ambiente. Portanto, tais pessoas não irão extrair daquele ambiente até a última gota, como fazem os grandes interessados no lucro megaempreendedor mas sim tirar dela harmonicamente o que necessitam para viver.

Esclarecendo aqui que as App foram criadas para proteger o ambiente natural, o que significa que não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo também benefícios para a fauna.


Ao se tratar da legislação que deveria proteger nosso meio ambiente, o código florestal, as restingas tinham sua segurança garantida nele, antes de reformas postas. Isso era devido a um item no artigo 2 que garantia sua preservação e dizia que as áreas de preservação permanente incluíam as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangues. Destacando que está em andamento outra mudança nesse código que diminui a percentagem obrigatória de manutenção florestal das APP e que cada estado terá de fazer sua lei de acordo com a determinação da lei nacional, que vai dar as direções e medidas e poderão redefinir as áreas de reserva legal em razão de suas peculiaridades regionais. Ou seja, de fato depois de mais uma manobra desresponsabilizando o governo federal, tais votos de minerva ficam nas mãos dos responsáveis aqui do estado.

Diante deste quadro estamos aqui para reivindicar a manutenção do que restou da restinga original de Alagoas não aceitando mais um absurdo megaeempreiteiro que pretende passar por cima, mais uma vez, da natureza em prol de interesses que nos parecem irracionais!

Parece que o dinheiro deixa alguns cegos, surdos e mudos. MAS NÃO DEIXA A GENTE, POR ISSO GRITAMOS, NÃO!

E PERGUNTAMOS, PARA QUE E PARA QUEM DERRUBAR A RESTINGA?

No dia que as árvores acabarem perguntaremos aos investidores se eles irão comer dólares no almoço!!!

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