quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pergunta


"Por que é que, culturalmente, nós nos sentimos mais confortáveis vendo dois homens segurando armas do que dando as mãos?"

Sonho:

Uma casa na praia.

Ela seria pequena, quentinha e aconchegante, teria cheiro de algumas ervas ou de café sendo preparado. No fundo poderia ter algum jazz, bossa nova ou um soul. Ela teria uma rede.

Um sofá confortável, discos, bons livros e uma boa companhia.

Bad.

Aquela sensação de garganta seca, olhar distante e ombros pesados eu já a conhecia muito bem. O que acaba causando uma incrível indignação. Como eu permitir me ver outra vez desse jeito? Eu sabia tudo o que tinha que fazer, cada detalhe, cada movimento e mais uma vez tudo se perdeu. Mais uma vez, estava perdida, dentro de mim mesma.

Não suporto essa idéia, estou farta e isso aos poucos me causa infartos.

- Que bad. Foi o que eu pensei ao longo daqueles minutos que pareciam se arrastar lentamente olhando para aquele pedaço de papel.

E mais uma vez, me vi jogando para o alto tudo que eu sempre procurei. Perdida naquele universo, perdida na universidade.

Será que só eu que estou tendo essas crises? Trabalhar, participar do Centro Acadêmico, ter vida amorosa e social não deveria ser desculpas. Minha mãe já repetiu incansáveis vezes o quanto ela não tinha tempo para estudar e ficava estudando no ponto de ônibus, na fila do banco, andando pelas ruas... E eu? Só sinto vontade de dormir o dia todo. Me deixo ser levada pelo cansaço da rotina de todo o dia.

O café amargo desce rasgando. Mais uma vez, que bad.

Após a prova fui andando lentamente para o ponto de ônibus. Estava pouco ligando em saber que já era noite no mercado da cidade, um dos lugares mais violentos e perigosos da região. Às vezes matam ou assaltam um aqui, outro ali, e eu tranquilamente andando, arrasada por um pedaço de papel. Um homem mal vestido passou pelo meu lado falando – Eaê, galega.

Olhei para ele com um sorriso que quase não saia e falei: Opa.

Em seguida andei mais um pouco, percebi que tinha uma senhora e sua sombra andando, mas o detalhe maior era que a sombra era feito de carne e osso, tinha veias e um coração pulsando, para a sociedade, ele era conhecido como “louco”. E a senhora andando tranquilamente. Ele não parecia fazer nenhuma maldade com ela, só a estava seguindo e copiando seus movimentos. Por um momento eu o invejei, com toda aquela loucura, ele sabia para onde estava indo.

Toda minha bad pode parecer um tanto banal, mas queria eu que fosse só isso. São tantas coisas, tantos pensamentos internos que agregam dentro de mim provocando furacões e em seguida, eles caem, se transformando em labirintos, labirintos esses que cada vez mais se torna difícil achar uma saída.

São coisas simples, mas que me deixaram paralisada... Vendo o tempo passar.

Já vivi tantas coisas, será que estou ficando cansada? Uma vida de prazer não significa uma vida de felicidade.

Enfim, termino essa postagem –desabafo-pós-bad ao som de Pois É de Los Hermanos.

sábado, 25 de setembro de 2010

Um momento

Se por um momento, um único momento, tudo parasse eu iria querer guardar cada detalhe seu dentro de mim. O tom do seu cabelo sobre sua pela, o seu olhar meigo e cheio de vida, os seus lábios avermelhados entre abertos com um leve sorriso estampado no rosto, rosto esse um dos mais lindos que já vi. Seus olhos tão azuis quanto o meu origami nas minhas costas que por coincidência ou não ficaram para sempre em mim.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Atropelar

Talvez vivendo um dia por vez eu acabe com esse tormento.

Tormento de atropelar tudo. Ou de ter tudo atropelado.

21/08/2010


Para sempre.